'OLLUS / MÚSICO INDEPENDENTE'

A história dessa marca começa a partir de uma única palavra: holismo. Esse é o alicerce conceitual da identidade de Ollus, músico compositor portoalegrense que não se confina a definições pré-formatadas de música. 

A paisagem urbana enquanto ambiente suscitador de tais instrospecções. Essas janelas falam sobre o todo. Sobre nós, eu e você.

Pedro Gasparotto, o CPF por trás do nome artístico, tem influências musicais múltiplas (como todo bom artista). A diferença está no como: Ollus mistura elementos percussivos brasileiros do funk com elementos internacionais derivados de gêneros como o lo-fi, synthwave e trap. 

A criação de Ollus se expressa atrelada à sua cosmovisão: a percepção ativa do todo e suas partes. Desde que ele descobriu a filosofia holística, suas concepções próprias foram mudando. Pouco a pouco. Essas mudanças transparecem em sua música. A habilidade de alterar o próprio escopo e definir diferentes recortes de realidade a serem observados, em diferentes momentos, torna um artista mais habilidoso em absorver novas influências. Nada é cru, desrelacionado. Tudo o que observamos está permeado por inúmeras relações históricas e simbólicas que, ao olhar desatento, podem passar batidas.

Tais relações não se acoplam umas as outras como legos, mas se misturam. Como formas fluidas. 

Talvez o atributo mais forte (e mais manjado) do povo brasileiro seja, justamente, a facilidade com que misturamos as coisas. É claro que, por outro ponto de vista, o lofi, synthwave e trap, estilos musicais gringos, surgem da mistura de outros vários estilos musicais como o rap e jazz, por exemplo. A palavra chave é ponto de referência. É claro que estes estilos gringos (caracteristicamente de cenas alternativas, vide, não conservadoras) surgiram da mistura, mas, no nível de nação, o povo brasileiro possui esse traço mais presente em sua cultura. O contraste é visível. O brasileiro se inspira, dobra, vira, gira, faz gambiarra, improvisa, muda. O brasileiro muda. 

Qual é o signo brasileiro mais famoso? Não vale futebol, nem bunda, nem carnaval. Também não vale cerveja na praia. Um signo que, nos últimos anos, tem tomado forma enquanto símbolo nacional, é o vira-lata caramelo. Ele é a representação perfeita de, mais uma vez, nossas misturas. Por isso escolhemos o caramelo como símbolo da marca.

E por que o Brasil? Por que não o contrário? Por que não um símbolo atrelado, conceitualmente, à cenas musicais gringas alternativas, com detalhes fazendo alusão à mistura com o Brasil? Por um motivo simples: ele é brasileiro. Não gringo. Mesmo com a globalização e todas as múltiplas influências em seu caldeirão, Ollus ainda é, antes de tudo, brasileiro. As suas raízes são muito importantes para si. Não só no nível de identificação nacional, mas, também, em níveis de compreensão subjetiva. Em níveis do Eu, da história pessoal, da cosmovisão. Dos valores.

Dito isso, escolhemos colocar o Brasil em enfoque, e os gringos, no detalhe. A gota e o X tatuados embaixo do olho do caramelo derivam da influência estética do trap. Mais importante do que isso, expressam simbolicamente o brasileiro em suas curvas, e o estrangeiro em suas linhas retas. Também optei por desenhá-lo a mão livre, realizando o mínimo possível de aprimoramentos vetorizados. Integrei o símbolo com o logotipo (giramisu variable) interligando-os. Tornando-os um só. Apesar de ser um logo orgânico, tive muito cuidado para trazer curvaturas interessantes. Puxei o balanço da forma para o focinho do caramelo, por ser uma das partes mais icônicas do vira-lata. Também deixei os rabiscos derivados do desenho à mão livre, trazendo a personalidade do traçado como mais uma expressão da ginga brasileira. Em contrapartida, a tatuagem alusiva ao trap foi vetorizada.